terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

dos Óscares

Não vi os Óscares. Geralmente sou a pessoa que conhece os vencedores na manhã seguinte ao ler um jornal gratuito qualquer. Mentira, desta vez foi através do Twitter. Não tenho followers praticamente nenhuns mas insisto em ser uma tweeter. Talvez por achar que vou converter os meus amigos todos que simplesmente não ligam nada a estas coisas. Sad.

Enfim, voltando aos Óscares... Razões porque não vi a chamada "noite de ouro do cinema":

1. Fusos horários. São chatos. Especialmente nestas situações. Mas eu agora ia estar acordada à 1h30 da manhã quando a minha almofada chamava desalmadamente por mim? 

2. Sim, posso ter perdido um ou outro momento engraçado. Nestas coisas é certo e sabido que vai haver. Contudo, se foi mesmo engraçado e espectacular há de certeza um vídeo no YouTube ou alguém vai fazer um post no Facebook.

3. Os Óscares e todo o tipo de entrega de prémios despertam algo muito negativo em mim. Ora é comentários ao vestido da X, ora é tentar perceber o que a Y pretendia ao mostrar ao mundo aquele penteado, perguntar-me porque a Z está praticamente nua... Isto é feio e ai de mim se eu viro uma "pipoca menos doce" que vai cortar na casaca de todos no Facebook. 

4. Talvez a razão mais importante de todas: não vi a esmagadora maioria dos filmes nomeados. Vi três. Sim, três: "Meia-noite em Paris", "Os Descendentes" e "Drive". Ora bem, como posso me pronunciar sobre os galardoados? Não posso, logo não faz sentido colocar palitos nos olhos e lutar contra o sono.

O que eu já sabia era que o Woody nunca ia ganhar "Melhor Filme"; esperava que "Os Descendentes" não ganhassem muita coisa porque basicamente o filme não presta e "Drive" estava nomeado para "Melhor Edição de Som". Se esperava que ganhasse, era apenas porque não tinha outro filme de comparação dentro desta categoria. Considero até que o filme devia de ter sido nomeado para mais coisas mas já se sabe que se selecciona uns cinco filmes que vão rodando as categorias praticamente todas. Contudo, isso de gostarmos que determinado filme seja mais ou menos nomeado é tudo uma questão de gosto pessoal, logo subjectivo.

5. Já sei que não vou ganhar o prémio Cinéfila 2011, dado o meu fraco desempenho durante o ano passado mas sou da opinião que de uma maneira geral nunca é preciso adivinhar muito para perceber quem vão ser os vencedores. Vá, até podemos estar na dúvida entre dois filmes, dois actores, dois realizadores.

Uau, "O Artista" ganhou "Melhor Filme", como se já não se estivesse à espera. Atenção que com isto não estou a tecer quaisquer considerações sobre o filme. Só vi três.

6. Não é um Óscar que vai definir se gosto ou não de um filme, de um actor ou actriz ou de um realizador/a. Claro que é bom ver as pessoas a serem congratuladas pelo seu trabalho e merecem sê-lo, especialmente quando fazem papéis absolutamente arrebatadores mas não é forçosamente a estatueta que vai ser o ponto de partida para a construção da minha opinião. No fundo, os Óscares são um jogo para ver se conseguimos acertar porque, obviamente por muito que até não vejamos a cerimónia, todos temos um bocadinho de curiosidade para ver quem ganha o quê, mesmo que os resultados até já sejam previsíveis.

Bem, no final disto tudo, não quero saber se "Drive" não ganhou nada. "Melhor Edição de Som" também não deve ser o supra-sumo dos prémios mas este filme tem uma banda sonora do caraças. Não páro de ouvir e ando a contagiar as pessoas à minha volta (se disserem que é à força, eu nego tudo). 

E sim, o Ryan Gosling protagoniza o filme. Get over it.

























domingo, 26 de fevereiro de 2012

are you hiring?

Procurar emprego é, no mínimo, desafiante nos tempos que correm. A menos que tenhas a chamada cunha, é certo e sabido que a procura de emprego vai te transtornar a vida.

O computador passa a ser uma extensão do teu corpo: não passas sem a visita diária ao teu e-mail e a tudo o que é sites de emprego. Registas-te em todos, até mesmo naqueles que têm mau aspecto e que, claramente não são de confiar;

Vais-te iludir com 80% das ofertas de trabalho: "Epá, este anúncio parece-me muito bem! Check em todos os requisitos!" Lês até ao fim e trata-se de um estágio de 3 meses e, na loucura, até te pagam 100€ porque isto de trabalhar e receber condignamente é coisa que já não se usa.

O telefone JAMAIS pode estar desligado: nunca, nunca, nunca, nunca sair de casa com o telemóvel sem bateria ou quase sem bateria. Não interessa se são 3h da manhã e, obviamente, a probabilidade de um possível empregador te ligar ser nula. Cada vez que o telefonar tocar vais pensar que é alguém a chamar-te para entrevista mas, na maioria das vezes, é só mesmo a tua mãe. 

O IEFP passa a ser o teu local de hangout preferido: seja porque te chamaram para apresentares provas que procuras emprego, seja porque simplesmente queres estar perto do teu novo grupo de amigos.

Se tens direito ao subsídio de desemprego, a Segurança Social vai ser um must go semanal: "Ó menina, tem de perceber que falta o formulário BK671!"; "Mas quem é que lhe disse que tinha de preencher aquilo? Não, a minha colega está errada!"; "Ah, isso não é aqui. É no balcão ao lado e tem de tirar nova senha!". No fundo, é uma boa oportunidade para treinar a paciência e a capacidade (ou não) de aturares a falta de profissionalismo e prestabilidade dos outros. O bónus disto tudo é que ficas a saber a vida de todas as pessoas num raio de 100km. Coisas que nem ficcionadas, só vos digo.

Vais ter de lidar com a pena dos outros: "Fogo, coitada! Não merecias que isto te acontecesse!" Pois não mas seria bem pior se tivesse uma doença terminal ou coisa que o valha.

Vais ter de lidar com a estupidez dos outros: "Então, mas tens procurado trabalho?" Não, a minha ambição na vida é ver, para todo o sempre, o Boa Tarde.

Vais saber a programação diária de todos os canais: sim, nos intervalos do envio massivo de cv's, vais correr os canais todos e ver tudo o que estiver a dar. Até aquelas coisas que dizias que nunca irias ver. No entanto, até podes descobrir algumas coisas bem giras. A desvantagem é que depois não vais ter com quem falar sobre esses programas mega giros porque está tudo a trabalhar a essas horas. 

Enfim, são fases da vida que nos ensinam a importância de ser persistente e correr atrás do que queremos. Não digo que todos os dias são motivantes e cor-de-rosa mas o segredo é nunca desistir e tentar ter sempre um sorriso na cara. Just remember: "nothing and everything is possimpable". 

Como diz o outro do "bater punho", o CV não é Curriculum Vitae mas sim Canal de Vendas. Eu não sei quanto a vocês mas acho que esta coisa do vídeo-cv é capaz de ser boa ideia. Eu já arranjei a inspiração para fazer o meu. Fingers crossed! 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

.a certain shade of green.

Sim, o título denuncia já que ando a ouvir Incubus, o que está directamente relacionado com o facto de a banda vir a Portugal. Não é sempre assim? Podemos estar durante imenso tempo afastados de determinados músicas, filmes ou livros mas quando há um concerto, quando um artista lança um novo trabalho e até mesmo quando morre lá vamos nós buscar as coisas que até já nos tínhamos esquecido que gostávamos. E por buscar, quero dizer basicamente ligarmo-nos à Internet. 

Contudo, o que me traz aqui não é a minha indecisão face ao ir ou não ir ao concerto dos Incubus (quem me acompanha nas redes sociais, sabe que me debato com isso) mas muito especificamente a música que (também) dá título a este post. No meio de toda a regressão incubusiquiana (?) lembrei-me da "A Certain Shade of Green". Como devem imaginar, não acompanho esta banda desde a sua fundação porque para isso eu tinha de ser uma criança muito dotada, uma vez que tinha 4 anos. Mas as músicas vão viajando no tempo e chegam até nós, de uma maneira ou de outra. Às vezes, até desconfio que são as músicas que nos encontram e muito mais do que melodias, transmitem-nos qualquer coisa através das suas letras. 

"A Certain Shade of Green", como é o caso de muitas outras músicas, na altura em que a ouvi, teve um significado especial. Ok, há pessoas que acham que todas as músicas dos seus artistas favoritos são especiais. Não são. Algumas são completamente vazias, outras são mesmo más. Por vezes as pessoas não conseguem separar a admiração por determinado artista e a qualidade do que produzem todas as vezes que lançam um trabalho mas adiante... voltando ao significado especial. 

Esta música surgiu numa altura da minha vida em que me debatia com algumas decisões importantes e não sabia quais os eram os caminhos certos e por isso, como já vos deve ter acontecido, adiava sempre. Mas o que geralmente acontece a um procrastinador que se preze, é que se continua a queixar, não se apercebendo que tem as cartas todas na mão e que só ele é capaz de fazer com que as coisas avancem. Não são as outras pessoas, não é o tempo, não é o que quer que seja que inventem para não darem o passo em frente. Acima de tudo, não é esse medo irracional que sentem que vos deve impedir. 

A música fala um bocado desta ideia de adiar e não perceber as razões que levam a esse adiamento. Na altura (e ainda hoje) fez todo o sentido e tomei as decisões que tinha de tomar. Não digo que foi por causa desta música, exclusivamente, mas fez parte de um grande conjunto de coisas que me ajudaram. Contudo, depois de tomarem as vossas decisões, o truque está em não se arrependerem e aceitarem que essa foi a vossa escolha. É difícil mas não é nada que a vida não nos ensine a fazer. 

Aprendam a fazer isso e vão ser muito mais felizes. Vão por mim. É só me decidir se vou ou não ao concerto e alcanço a felicidade suprema. :) 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

.hard rock himalaias.

Manter laços com pessoas que não estão fisicamente próximas de nós é complicado. Ok, temos as redes sociais, os emails, todo o tipo de chats, os telefones mas têm de concordar que, por vezes, as pessoas esquecem-se de comunicar. "Tenho de lhe mandar uma mensagem!". Nunca é enviada. "Hoje tenho mesmo de lhe enviar um e-mail!". Acaba na pasta dos rascunhos. "Olha, até está online. Vou falar!" Não se chega a clicar na foto da pessoa porque ou apareceu alguma coisa gira no feed ou porque o vosso irmão precisou de ajuda com os trabalhos da escola. É sempre depois e todos fazemos isso.

Mas há excepções e gosto tanto quando cai por terra o "longe da vista, longe do coração". Os pontos de encontro podem ser sempre os mesmos, no maior dos desrespeitos pelo provérbio chinês "nunca voltes aos sítios onde foste feliz", contudo são apenas isso... pontos de encontro. Se têm alguma importância foi apenas porque nos quisemos, logo o céu é o limite para a criação de novos pontos de encontro. 

Quando estás a estudar, a escola é a tua segunda casa. Quando começas a trabalhar, a tua segunda casa passa a ser o local de trabalho. É bom saber que por mais segundas casas que venhas a ter, nunca te esqueces e levas sempre contigo as pessoas que partilharam aquele momento quando, pela primeira vez, passaram de colegas de trabalho a amigos. 

Amigos que se encontram sempre nos mesmos locais. :)